quinta-feira, 24 de julho de 2014

50 Tons de Breguice





Não consegui passar do primeiro capítulo de "50 Tons de Cinza" e confesso que não foi má vontade, eu realmente tentei. Mas não consigo embarcar em uma história feita milimetricamente para arrebatar mulheres que, em sua maioria, estão insatisfeitas com o que têm em casa. Mais honesto seria procurar pornografia na internet. O "pornô soft" proposto pela autora, E. L. James, é uma espécie de hipocrisia. Quem lê, ou quem assiste, vê com o intuito de se excitar. Quer ver bunda do autor, peitinho da atriz e nu frontal de ambos. Dizer que assiste só para criticar repete a mesma fórmula de comprar a revista PLAYBOY pela entrevista.

Há, nesta fórmula literária, os dois lados da moeda. Gente que não lia e passou a se interessar por leitura, de baixa qualidade, mas quem nunca? O que me incomoda é o segmento que isso abre. A saga "Crepúsculo"gerou vários livros de vampiros românticos defendendo adolescentes indefesas. Harry Potter rivalizou com o Artemis Fowl e vários outros que não "pegaram". O "erótico" "50 Tons..." (quem não viu uma mulher de meia idade lendo um dos volumes da série no transporte coletivo?) gerou vários outros romances com títulos bregas e capas metidas a sensuais. Mas é tão brega quanto o trailer do filme, que acaba de ser lançado. Ultrapassa, inclusive, todas as tonalidades da breguice. E a versão de "Crazy In Love" da Beyoncé, para o filme, torna tudo ainda mais patético.

Nenhum comentário:

Postar um comentário